Corte o Ruído: Faça suas Ferramentas de Segurança Realmente Funcionarem para Você

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Corte o Ruído: Faça suas Ferramentas de Segurança Realmente Funcionarem para Você

Resumo

Instalar uma ferramenta de segurança é a parte fácil. A parte difícil começa no “Dia 2”, quando essa ferramenta relata 5.000 novas vulnerabilidades. Esta fase é conhecida como operacionalização. Sem um plano, sua equipe de segurança ficará sobrecarregada com dados e seus desenvolvedores ignorarão os alertas.

Para se preparar para esse influxo de dados, considere implementar uma “Lista de Verificação de Prontidão para o Dia 2”. Esta lista de verificação deve ser criada e mantida por líderes de segurança ou administradores de ferramentas designados. Eles são responsáveis por garantir que a lista de verificação esteja alinhada com as políticas da empresa e que seja efetivamente aplicada para garantir responsabilidade e adoção suave.

  • Verifique a configuração da sua ferramenta de segurança para garantir que ela esteja alinhada com as políticas de cibersegurança da sua empresa.
  • Realize um teste com um pequeno conjunto de dados para familiarizar sua equipe com a saída da ferramenta.
  • Identifique o pessoal chave responsável por lidar com certas vulnerabilidades.
  • Agende reuniões regulares de revisão para abordar e priorizar questões críticas identificadas pela ferramenta.
  • Aloque recursos para monitoramento contínuo e atualização das configurações da ferramenta com base no feedback.

Ao estabelecer essas bases, sua equipe pode fazer uma transição suave da instalação para a operação, pronta para agir com base nos insights da ferramenta de segurança.

Este guia foca em Gestão de Vulnerabilidades. Você aprenderá como filtrar alertas duplicados (deduplicação), gerenciar alarmes falsos (falsos positivos) e rastrear as métricas que realmente medem o sucesso.

O objetivo é passar de “encontrar bugs” para “corrigir riscos” sem desacelerar seu negócio.

1. O Problema do “Dia 2”: Da Instalação à Operação

A maioria das equipes se sai bem no “Dia 1” ao instalar o scanner, mas enfrenta dificuldades no “Dia 2” quando se trata de gerenciar os resultados. É como instalar um novo detector de fumaça que dispara toda vez que você faz torradas.

Eventualmente, você remove as baterias. O mesmo acontece com ferramentas de segurança. Se um scanner reporta 500 problemas “Críticos” no primeiro dia, os desenvolvedores provavelmente assumirão que a ferramenta está com defeito e a ignorarão. Isso não é apenas um desperdício de esforços de segurança, mas um risco significativo; a confiança dos desenvolvedores é minada, levando à potencial negligência de alertas futuros.

O custo oculto dessa perda de confiança pode ser severo, resultando em uma sensação de segurança diminuída dentro da equipe e adesão reduzida a uma mentalidade de segurança em primeiro lugar. É crucial selecionar os dados antes de mostrá-los à equipe de engenharia. Essa abordagem cautelosa preserva a confiança, garantindo que os desenvolvedores interajam com os alertas de forma significativa, em vez de sucumbir à fadiga de alertas.

2. A Arte da Triagem e Deduplicação

Crie uma ‘Política de Ingestão’ para orientar o tratamento dos resultados de varredura e evitar sobrecarregar os desenvolvedores com dados brutos. Ao enquadrar isso como uma política, você ajuda a institucionalizar a prática em todas as ferramentas de segurança, garantindo consistência e confiabilidade.

Por exemplo, as ferramentas de segurança frequentemente se sobrepõem; você pode empregar uma ferramenta SAST para código, uma ferramenta SCA para bibliotecas e um Scanner de Contêiner para imagens Docker. Essas ferramentas podem detectar o mesmo bug. Portanto, é importante ter uma política que impeça que os resultados brutos de varredura sejam diretamente adicionados ao backlog de um desenvolvedor no Jira ou Azure DevOps.

O que é Deduplicação?

Deduplicação é o processo de combinar múltiplos alertas para o mesmo problema em um único ticket.

Exemplo do Mundo Real: Imagine que sua aplicação usa uma biblioteca de log com uma vulnerabilidade conhecida (como Log4j):

  1. Ferramenta SCA vê log4j.jar e grita “Vulnerabilidade!”
  2. Scanner de Contêiner vê log4j dentro da sua imagem Docker e grita “Vulnerabilidade!”
  3. Ferramenta SAST vê uma referência ao LogManager no seu código e grita “Vulnerabilidade!”

Sem Deduplicação: Seu desenvolvedor recebe 3 tickets separados para o mesmo bug. Ele fica frustrado e fecha todos.

Com deduplicação, o sistema vê que todos esses alertas são sobre “Log4j” e cria um ticket com evidências de todas as três ferramentas.

Dica Prática: Use uma ferramenta ASPM (Application Security Posture Management) como Plexicus ASPM.

Esses atuam como um “funil”, coletando todas as varreduras, removendo duplicatas e enviando apenas problemas únicos e verificados para o Jira.

3. Gerenciando Falsos Positivos

Um Falso Positivo ocorre quando uma ferramenta de segurança sinaliza código seguro como perigoso. É o “menino que gritou lobo” da cibersegurança. Além de ser apenas um incômodo, falsos positivos acarretam um custo de oportunidade, drenando horas preciosas da equipe que poderiam ter sido gastas abordando vulnerabilidades reais.

Quantificando o impacto, um único alerta equivocado pode enganar desenvolvedores, desperdiçando cerca de cinco a dez horas; tempo que idealmente deveria melhorar a segurança, não prejudicá-la. Assim, ajustar ferramentas não é apenas uma necessidade técnica, mas uma estratégia para otimizar seu ROI em segurança.

Há uma regra não oficial entre desenvolvedores: se eles recebem 10 alertas de segurança e 9 são alarmes falsos, provavelmente ignorarão o 10º, mesmo que seja real.

Você deve manter a relação sinal-ruído alta para manter a confiança.

Como Corrigir Falsos Positivos

Não peça aos desenvolvedores para corrigirem falsos positivos. Em vez disso, “ajuste” a ferramenta para que ela pare de relatá-los.

Exemplo 1: O Erro do “Arquivo de Teste”

  • O Alerta: Seu scanner encontra uma “Senha Hardcoded” em test-database-config.js.
  • A Realidade: Esta é uma senha fictícia (admin123) usada apenas para testes em um laptop. Nunca irá para produção.
  • A Correção: Configure seu scanner para excluir todos os arquivos nas pastas /tests/ ou /spec/.

Exemplo 2: O Erro do “Sanitizador”

  • O Alerta: O scanner diz “Cross-Site Scripting (XSS)” porque você está aceitando entrada do usuário.
  • A Realidade: Você escreveu uma função personalizada chamada cleanInput() que torna os dados seguros, mas a ferramenta não sabe disso.
  • A Correção: Adicione uma “Regra Personalizada” nas configurações da ferramenta que diga: “Se os dados passarem por cleanInput(), marque como Seguro.”

O Processo de Revisão por Pares

Às vezes, uma ferramenta está tecnicamente certa, mas o risco não importa (por exemplo, um bug em uma ferramenta de administração interna atrás de um firewall).

Estratégia:

Permitir que os desenvolvedores marquem um problema como “Não Vai Corrigir” ou “Falso Positivo”, mas exigir uma outra pessoa (um colega ou campeão de segurança) para aprovar essa decisão. Isso remove o gargalo de esperar pela equipe central de segurança.

4. Métricas Que Importam

Como provar que seu programa de segurança está funcionando? Evite “Métricas de Vaidade” como “Total de Vulnerabilidades Encontradas.” Se você encontrar 10.000 bugs mas corrigir 0, você não está seguro.

Acompanhe estes 4 KPIs (Indicadores-Chave de Desempenho):

MétricaDefinição SimplesPor Que Importa
Cobertura de EscaneamentoQual % dos seus projetos estão sendo escaneados?Você não pode corrigir o que não pode ver. Um objetivo de 100% de cobertura é melhor do que encontrar bugs profundos em apenas 10% dos aplicativos.
MTTR (Tempo Médio para Remediar)Em média, quantos dias leva para corrigir um bug crítico?Isso mede velocidade. Se leva 90 dias para corrigir um bug crítico, hackers têm 3 meses para atacar você. Procure reduzir esse número.
Taxa de Correção(Bugs Corrigidos) ÷ (Bugs Encontrados)Isso mede cultura. Se você encontrar 100 bugs e corrigir 80, sua taxa é de 80%. Se essa taxa for baixa, seus desenvolvedores estão sobrecarregados.
Taxa de Falha de BuildCom que frequência a segurança impede uma implantação?Se a segurança interrompe o build 50% das vezes, suas regras são muito rígidas. Isso cria fricção. Uma taxa saudável geralmente é inferior a 5%.

Lista de Verificação Resumida para o Sucesso

  • Comece Silenciosamente: Execute ferramentas no “Modo de Auditoria” (sem bloqueio) nos primeiros 30 dias para coletar dados.
  • Desduplicar: Use uma plataforma central para agrupar achados duplicados antes que eles cheguem ao quadro do desenvolvedor.
  • Ajuste Agressivamente: Dedique tempo configurando a ferramenta para ignorar arquivos de teste e padrões conhecidos como seguros.
  • Meça a Velocidade: Foque em quão rápido você corrige bugs (MTTR), não apenas quantos você encontra.

Perguntas Frequentes (FAQ)

O que é um Falso Positivo?

Um falso positivo ocorre quando uma ferramenta de segurança sinaliza código seguro como uma vulnerabilidade, causando alertas desnecessários e esforço desperdiçado.

O que é um Falso Negativo?

Um falso negativo ocorre quando uma vulnerabilidade real não é detectada, criando um risco oculto.

Qual é pior?

Ambos são problemáticos. Muitos falsos positivos sobrecarregam os desenvolvedores e corroem a confiança, enquanto falsos negativos significam que ameaças reais passam despercebidas. O objetivo é equilibrar a redução de ruído com uma detecção minuciosa.

Como lidar com falsos positivos?

Ajuste suas ferramentas excluindo arquivos conhecidos como seguros ou adicionando regras personalizadas, em vez de pedir aos desenvolvedores para corrigir esses alarmes falsos.

Tenho 5.000 vulnerabilidades antigas. Devo parar o desenvolvimento para corrigi-las?

Não. Isso levaria a empresa à falência. Use a estratégia “Parar o Sangramento”. Foque em corrigir novas vulnerabilidades introduzidas no código escrito hoje. Coloque as 5.000 questões antigas em um backlog de “Dívida Técnica” e corrija-as lentamente ao longo do tempo (por exemplo, 10 por sprint).

A IA pode ajudar com falsos positivos?

Sim. Muitas ferramentas modernas usam IA para avaliar a probabilidade de um exploit. Se a IA perceber que uma biblioteca vulnerável está carregada, mas nunca é realmente usada pela sua aplicação, ela pode automaticamente marcá-la como “Baixo Risco” ou “Inalcançável”, economizando seu tempo.

Escrito por
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José Palanco
José Ramón Palanco é o CEO/CTO da Plexicus, uma empresa pioneira em ASPM (Application Security Posture Management) lançada em 2024, oferecendo capacidades de remediação impulsionadas por IA. Anteriormente, ele fundou a Dinoflux em 2014, uma startup de Inteligência de Ameaças que foi adquirida pela Telefonica, e tem trabalhado com a 11paths desde 2018. Sua experiência inclui cargos no departamento de P&D da Ericsson e na Optenet (Allot). Ele possui um diploma em Engenharia de Telecomunicações pela Universidade de Alcalá de Henares e um Mestrado em Governança de TI pela Universidade de Deusto. Como um especialista reconhecido em cibersegurança, ele tem sido palestrante em várias conferências prestigiadas, incluindo OWASP, ROOTEDCON, ROOTCON, MALCON e FAQin. Suas contribuições para o campo da cibersegurança incluem múltiplas publicações de CVE e o desenvolvimento de várias ferramentas de código aberto, como nmap-scada, ProtocolDetector, escan, pma, EKanalyzer, SCADA IDS, e mais.
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